O Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão é dia 4 de junho. Entretanto, não podemos dizer que seja uma data para ser comemorada. Uma vez que se trata de uma triste lembrança de vítimas que não tiveram como se defender.
Essa data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 1982. Com toda a certeza, esse é um dia de luto e protesto e, porque não dizer de revolta contra indivíduos que mais parecem monstros.
Nessa data, relembramos vítimas de afogamento, abuso sexual, trabalho infantil, espancamento, entre outros tipos de violência. Entretanto, também é dia de conscientização sobre a necessidade de proteção para essas frágeis criaturas que precisam ser encaminhadas de forma digna na vida.
Garantir a segurança da criança, não é dever apenas dos pais, pois todos nós somos responsáveis. Portanto, os parentes, vizinhos, professores, governantes, todos devem se empenhar, cada um fazendo sua parte para o bem-estar da criança.
Como a criança era vista no passado
De acordo com a história, até o século XVIII, as crianças ainda eram desvalorizadas, especialmente crianças do sexo feminino. Por isso, a tortura vinha de formas diferentes, a começar por serem ignoradas na sociedade.
Ao investigarmos a história nos tempos bíblicos, descobriremos que já no tempo do antigo Israel, esse conceito existia. Porém, eram as meninas as mais desvalorizadas, como também, as mulheres.
Segundo algumas tradições, o motivo para que o sexo feminino fosse desprezado, teria sido o pecado de Eva que levou o ser humano ao pecado. Por isso, segundo a tradição, as meninas serviam apenas para se tornarem mulheres, casarem e se tornarem mãe.
Entretanto, a partir do século XIX, as crianças passaram a ser vistas com outros olhos, pois os valores como ser humano autônomos as alcançou. Mesmo assim, até os dias atuais, de alguma forma, o sexo feminino, ainda é tratado como um ser inferior.
Como a criança é vista hoje, no dia das crianças vítimas de agressão
Depois que foi instituído o Dia Internacional das Crianças Inocentes em 1982, a vida das crianças começou a mudar. Afinal, elas poderiam contar com as leis próprias para protege-las e permitir sua inclusão na sociedade…, pelo menos essa era a ideia.
Infelizmente, apesar de todas as leis que protegem o menor, o número de casos de violência contra a criança, aumentaram consideravelmente nos últimos anos. Além disso, sabemos apenas dos casos computados pela justiça, mas existem muitos desses crimes que não são denunciados.
Sabemos que para combater a violência contra a criança, não é tão simples como se imagina, pois, nem sempre elas denunciam o agressor. Além disso, muitas vezes, aquele que comete o crime, é muito chegado da família e, com isso, certamente não desperta suspeita.
Como se não bastasse isso, com toda a certeza, existem situações que mesmo os membros da família acobertam o agressor, seja por ameaças ou por conivência mesmo.
Mesmo assim, de acordo com a Sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e Negligência na Infância, (SIPANI), só no Brasil, pelo menos 18 crianças são vítimas de violência a cada 24 horas.
Tipos de violência tratadas no dia internacional da criança inocente
- Violência doméstica – esse é o tipo de violência que acontece em casa que pode ser física, psicológica ou sexual. Além disso, existe a negligência que, apesar de não ser uma violência, não deixa de ser um ato de desamor pela criança.
- Autoagressão – como o próprio nome aponta, esse é o tipo de violência que a própria criança comete. Certamente que para uma condição dessas, a criança deve estar passando por alguns transtornos a ponto de colocar-se em situações de risco podendo inclusive tentar o suicídio.
- Violência extra familiar – esse é o tipo de violência que acontece fora de casa, quando é praticada por alguém de fora. Nesse caso, a criança pode sofrer na escola, na rua, ou mesmo quando se encontra com alguém que tem a guarda temporária.
Nessa condição também podemos incluir o Bullying e o cyberbullying que nem sempre precisa ser uma violência física, pois ofensas e apelidos maldosos também fazem parte da lista.
Uma vez que se torna difícil combater esse crime sem alguma colaboração, é importante que sejamos conscientes de que somos responsáveis. Por isso, ao nos depararmos com uma situação onde uma criança sofre violência, precisamos denunciar para o Conselho Tutelar.
O dever de todo o cidadão de bem, é preservar a infância da criança, mas também não podemos esquecer dos adolescentes, independente de quem seja.
Sem dúvida, é nessa fase da vida que acontece o desenvolvimento sócio afetivo e cognitivo do ser humano. Portanto, se esses traumas de infância chegarem a acontecer, certamente elas poderão ter problemas emocionais para o resto da vida.
Como identificar crianças que sofrem violência
Certamente existem algumas atitudes na criança que pode denunciar que ela está sofrendo alguma violência. Vejamos quais são alguns dessas atitudes:
- Por vezes, na escola, a criança muda seu comportamento. Deixa de participar de algumas atividades, perde o rendimento no aproveitamento escolar, tem maior dificuldade para se concentrar.
- Quando se trata de violência física, a criança pode apresentar marcas no corpo que podem ser facilmente reconhecidas como agressão.
- Com respeito ao seu apetite, esse pode sofrer alguma alteração para mais ou para menos.
- Na hora de ir para a cama, a criança tem dificuldade para conciliar o sono. Além disso, pode ter um sono agitado e até mesmo sofrer com os pesadelos.
- A criança pode perder o interesse por atividades que aprecia entre as brincadeiras.
- A criança pode mudar seu comportamento sem um motivo aparente, passando a sentir medo de ficar sozinha ou na presença de determinadas pessoas.
Como os pais e responsáveis podem ajudar
Apesar de todos nós sermos responsáveis pelo bem-estar da criança, certamente que a prioridade nos cuidados dela, é dos pais. Por isso, cabe a eles dispensar o primeiro amor aos pequenos, preparando-as para a vida, desde os primeiros passos.
Os pais, sem dúvida, devem demonstrar que se interessam pelo bem-estar dos filhos. Precisam agir de forma a conquistar-lhes a confiança, pois, do contrário, certamente buscarão ajuda de estranhos.
Aos pais então, um conselho: sejam amigos de vossos filhos, sejam amáveis. Façam com que o dia 4 de junho, instituído na história para ajudar a refletir sobre os valores da criança e protege-la, tenha sentido em suas vidas.
Como muitos pais conscientes, neste Dia internacional das crianças Inocentes, que são vítimas de agressão, reflita sobre os cuidados que você dispensa ao seu filho, e valorize-o mais e mais.