Normalmente seria mais do que ‘hora’ de pensar em Festa Junina. Afinal, todo mundo começa os preparativos com antecedência, pensam na roupa que vão usar, as comidinhas, a ornamentação do ambiente e tudo mais.
Mas devemos admitir que em 2020 tudo está muito diferente, e precisamos começar a pensar também que essa poderá ser uma festa bem diferente do convencional.
A pandemia de Corona Vírus abalou o mundo e especialmente no Brasil, para a maioria das comemorações, só se tem perspectiva para o segundo semestre do ano.
Brasil ameaçado
O Brasil está vivendo numa fase de isolamento social, e não é para menos, uma vez que está batendo carreira com a China quando se trata de números de casos de COVID-19. Pior que isso, nosso país tem grandes chances de se tornar, de fato, o epicentro da pandemia.
Com isso, a tendência é de que as regras de isolamento social, sejam ainda mais intensificadas. Dessa forma, eventos que exigem aglomeração de pessoas, estão, certamente fora de cogitação.
Nesse meio tempo, a questão da Festa Junina está mesmo fora de cogitação. Campina Grande que todos os anos junta mais de 2 milhões de pessoas por conta desta festa, já deixou certo a mudança da data.
Até então, o que se sabe é que a ‘Festança’ toda, só acontecerá em data ainda não definida entre 9 de outubro e 8 de novembro. Mas só na Paraíba, mais de 29 cidades já cancelaram a festa. Assim acontece com outros estados do Nordeste como a Bahia.
Mas não para por aí, pois as outras regiões do país como o Norte, Sudeste e outras, também não estão nada animados para a Festa Junina 2020. Afinal de contas, o COVID-2019 realmente, não está dando chances.
Como começou a comemoração da festa “Joanina”?
Os portugueses trouxeram muito das suas tradições para o Brasil, na época da colonização, e nesse extenso combo também a Festa Junina ou “Festa Joanina”. O legal é que essa cultura europeia veio se misturando com a própria cultura já existente no Brasil.
Certamente que a cultura sertaneja, as típicas danças, as comidas características, e com toda a certeza, até mesmo a decoração dos arraiás, acabou se fundindo entre as culturas africana, europeia e indígena.
O resultado é o que temos hoje, uma grande festa em homenagem a São João, que virou uma tradição brasileira, e sem dúvida, move a maior parte do país, especialmente o Nordeste que acolhe milhares de pessoas todos os anos.
Para falar a verdade, é uma festa ‘para lá de divertida’, e oferece muitas distrações, diversões e delícias. Vamos falar de algumas delas.
Comidinhas típicas de Festas Juninas
Nessa festa tem muitas coisas que atraem, mas confesso que sem comidas, não teria a menor graça. Concorda comigo? Não dá para faltar:
- Milho
- Pinhão
- Batata doce assada
- Pipoca
- Bolo de aipim
- Bolo de milho
- Pamonha
- Curau
- Pé de moleque
- Cocada
- Paçoca
- Quentão
- Canjica
- Cuscuz
- Amendoim doce
- Doce de abóbora
- Doce de tapioca
- Tapioca
- Caldo de feijão
- Arroz doce
Vestimenta
Com referência dos vestidos usados pela corte que eram volumosos e com muito tecido, os vestidos de quadrilhas e das festas juninas de hoje são bastante semelhantes. Apenas com o detalhe de que agora ganharam tecidos mais coloridos, estampas, enfeites e acessórios bem variados.
Danças e quadrilhas
Com aquela herança francesa os passos das danças de quadrilhas tem muito a ver. Não é por acaso que alguns passos trazem nomes franceses como “Anarriê”, “Tour” e “Ampassa”.
As quadrilhas são levadas a sério, especialmente na Paraíba e outras regiões do Nordeste brasileiro.
Fogueiras
Acredite você, mas essa tradição das fogueiras pode ser uma herança de culturas celtas e greco-romanas. Para esses povos era uma forma de culto aos deuses como agradecimento pelas colheitas.
Por outro lado, pode ter um fundo de cristianismo misturado nessa tendência, quando falamos da história das mães de João Batista e Jesus. Qual foi o motivo da fogueira feita por Isabel.
Mas o fato é que no Brasil, apesar de algumas crenças, certamente também é um meio de reunir a família e amigos em torno das fogueiras nas festas.
Bandeiras coloridas
Elemento que não pode faltar, pois certamente é uma características das festas de São João, As bandeirolas também tem origem na intenção de homenagear os santos.
As bandeirolas levavam as imagens dos santos e mergulhadas na água, como um rito de lavagem dos santos. E mais do que isso, quem se lavar na água fica purificado. Uma crendice popular.
Apesar de hoje as bandeirolas serem bem menores, ainda carregam a mesma intenção que é a de purificar o ambiente, além é claro, de embelezar.
Casamento caipira
Não tem jeito, a fama de Santo Antonio é a de ser o “santo casamenteiro”. Fama esta que surgiu do fato de moças fazerem pedidos para encontrar o noivo ou marido ideal. a iniciativa era primeiramente colocar o santo de ponta cabeça numa bacxia de água.
O casamento Caipira, surgiu como uma brincadeira em se referindo aos casamentos tradicionais, já que foge dos padrões.
A noiva aparece grávida, o pai obriga o casório, e tudo na mira da espingarda, diante o delegado, e muito mais. Afinal o casamento é uma verdadeira comédia.
Balões
Tradicionais, os balões são motivo de muita empolgação, pois são lindos e soltar para que se vão, representa o começo das comemorações.
Brincadeiras
É claro que o auge da festa está certamente nas brincadeiras. Estas não popiem faltar, pois do contrário, não existirá festa.
São muito variadas, entre elas citamos:
- Pau de sebo
- Pescaria
- Saltar a fogueira
- Correio Elegante
- Argolas e muitas outras.
Se a festa de São João sair…
Bom, 2020 é um ano em que ainda não pudemos nos planejar para eventos festivos com muita gente. Mas a esperança é que tudo mude, e quem sabe lá por outubro ou novembro iremos ter a chance de comemorar a “Festa de São joão.
Como a esperança é a última que morre’, com toda a certeza é válido acreditar de que tudo vai melhorar e que logo poderemos nos sentir livres novamente para festejar e curtir muito com familiares e amigos nessas datas especiais.
